As
principais bandas de metal, não precisa ser um especialista para entender, vêm
dos EUA e Inglaterra. As principais, eu digo. Porque existem inúmeros lugares
de importância extrema. Os lugares mais importantes para o metal: costa da Califórnia,
Inglaterra, Alemanha, Austrália, Nova Orleans costa Leste americana,
Escandinávia e... Brasil. Sim, Brasil. Se você só tem olhado para o exterior e
ouvido bandas americanas e inglesas, você não sabe o que está perdendo...
Em uma
época em que o disco era absoluto e nada podia com ele, os Bee Gees e similares
reinavam, até mesmo no Brasil. Era um caldeirão de disco, onde o rock era menos
popular. As poucas bandas de rock eram parte do movimento da tropicália, que
envolvia ritmos brasileiros e africanos. Alguns maravilhosos exemplos são Rita
Lee, Cássia Eller, Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mas, nos anos
70, começou a globalização musical brasileira, onde nossas bandas começaram a
recorrer ao pop e ao disco. É claro que, também, ao heavy metal.
Em Belém
do Pará (xôoCalypso), em 1974, surgiu a banda Stress, quase que alienígenas no
mundo do pop com suas músicas de críticas a nosso mundo, como "Lixo
humano", que teve que ser trocado por "Lixo mano" por causa da
ditadura. Foi tão impopular que o primeiro LP brasileiro de heavy metal,
homônimo deles, só saiu em 1982. E foi uma luta para nossos precursores
brasileiros do thrash metal. Mas depois disso, nosso heavy começa a fazer
sucesso.
Só nos
anos 80, você vê aparecerem bandas de metal em massa no brasil, principalmente
nos estilos mais pesados. O thrash metal bem brasileiro do Korzus, com músicas
como "Correria", o heavy metal épico e rápido da Dorsal Atlântica,
com músicas como "Joseph Mengle - O anjo da morte", o thrash metal
bem agressivo e punk dos Ratos de Porão, banda do VJ João Gordo, com exemplos
como "Crucificados pelo sistema", a versão mais pesada do Barão
Vermelho "Azul Limão", com Sangue Frio", mais o famoso black
metal pesadaço e anticristão do Sarcófago, com exemplos de letras satânicas
como "Desecrationof (the) virgin".
Mas, o
que merece grande destaque, sem a mínima dúvida, são os caras do Sepultura.
Dois de seus guitarristas (Andreas Kisser e Max Cavalera) estrelaram no livro
de Joel McIver "The 100 greatest metal guitarists", onde estavam,
respectivamente, em 49o e 85o lugar. A banda é mundialmente reconhecida, ganhou
inúmeros discos de platina pelo mundo, revolucionou o death metal a nível
internacional, viu seu ex-baterista Igor Cavalera como 81o melhor do mundo na
Rolling Stone, e, simplesmente, o (!) melhor baterista de Death Metal do mundo.
Isso tudo com seu estilo que já variou de um heavy tribal para um death. Para
conhecer suas músicas mais pesadas, ouça "Roots Bloody Roots",
"War", "Refuse/Resist", e, com o novo vocalista Derrick
Green, "We'veLostYou" e "MolokoMesto". Para ouvir suas
músicas mais melódicas, ouça "Ratamahatta", "Kaiowas" e
"Bullet The Blue Sky".
Com a
vinda de bandas de rock leve e/ou falso, não só no Brasil, mas o heavy metal
começou a perder sua popularidade. Hoje em dia, é cada vez mais comum ouvir
pessoas dizendo que emos, pop ou "happy rock" é rock. Não falto com
respeito a eles, mas, posso dizer que eles, além de estarem completamente
errados, acabam com o espírito do heavy metal. Poucas bandas de heavy metal
atuais estão fazendo sucesso, como Torture Squad, Holocausto e Executer. O
espírito do rock sempre vai evoluindo, e, até mesmo os fãs de um bom rock leve
nacional dos Titãs ou do cantor Arnaldo Antunes são substituídos pelas
modinhas. Legião Urbana é raro, já que o "punk" de hoje em dia no
Brasil é Pitty, Restart e Cine...
Mas, nos
ouvidos mais inteligentes e afinados, a música de verdade persiste. Jazz,
blues, música clássica, rock, e, é claro, METAL. Os metaleiros sempre existirão
aqui no Brasil, modinhas dão e passam. Não deixe o espírito do heavy metal
morrer!
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