Para algo começar, algo tem que terminar. É assim com o mundo, assim foi com os Yardbirds. Quando em 1968 acaba um dos maiores grupos de blues elétrico de todos os tempos, pelo qual já passaram gênios como Eric Clapton e Jeff Beck (mas não ao mesmo tempo), seu guitarrista James Page (ou Jimmy) começou a procurar novos integrantes para fazer um revival. Acha o vocalista Robert Plant, o baterista John Bonham (ambos da banda Band OfJoy) e o baixista John Baldwin (ou John Paul Jones), famoso baixista de sessão. São os New Yardbirds, que, em só dois meses, depois da famosa frase de Keith Moon ao assistí-los ("Heavy as lead, light as a zeppelin"), mudam seu nome para Led Zeppelin.
Já começaram com shows na Dinamarca e na Suécia,
ainda mesmo antes de mudarem seu nome. Já que já tinham conseguido um certo
reconhecimento, entraram na Olympic Studios pedindo um contrato. Conseguiram na
hora. Eles gravaram 5 músicas próprias e 4 covers (sendo um deles já do
repertório dos Yardbirds). Mesmo não passando do 10o lugar nos EUA e do 6o no
próprio país, o álbum atingiu o topo das paradas espanholas, algo muito bom
para uma banda iniciante. No mesmo ano, com gravações começadas em menos de um
mês depois do lançamento de seu primeiro álbum, eles lançam o Led Zeppelin II,
se tornando uma banda de um ano de idade com um grande clássico no currículo: WholeLotta
Love. Esse álbum disparou, ficando em primeiro lugar em 6 das 9 paradas
monitoradas na época (e no Top 10 de todas elas). Já era um sucesso mundial.
Depois desses dois grandes álbuns, a banda se mudou
para Bron-Yr-Aur, um chalé no País de Gales sem luz elétrica, onde compuseram o
terceiro álbum inteiro, que teria um som mais folk, incluindo a presença de
sons de bandolim e banjo, além do cover de duas músicas tradicionais: The
MaidFreedFrom The Gallows (tocada como Gallows Pole) e o medley de blues
e músicas tradicionais Hatsofto Roy Harper. Outra música no álbum ainda
seria a famosa Immigrant Song, uma das melhores músicas da banda. Todo
esse material resultaria no disco Led Zeppelin III. Esse álbum ainda entraria
no primeiro lugar de 4 das 9 paradas da época. Mesmo se essa banda acabasse
logo, com somente 2 anos de carreira, já seria uma banda clássica, mas eles
ainda queriam fazer algo maior...
O terceiro álbum nem tinha sido lançado em todos os
países, já começaria a gravação de seu quarto. A banda gravou em vários
estúdios diferentes, incluindo até um palácio Vitoriano. Eles resolveram
incluir no disco uma música que não tinha ido para o terceiro por que, de
acordo com Plant, estava incompleto e precisava de melhoras. Acrescentaram ao
álbum também um cover de Memphis Minnie (When The Leeve Breaks), uma música
acústica em homenagem ao Senhor dos Anéis (The BattleOfEvermore) e duas músicas
que chegam muito perto do heavy metal (Black Dog e Rock n' Roll), além de mais
três ótimas músicas. Mas, todas essas músicas seriam ofuscadas por causa
daquela composição quase esquecida no terceiro álbum. Era o clássico StairwayToHeaven,
uma das melhores músicas já escritas. Este álbum de 1971, mesmo não tendo nome
(às vezes chamado de Led Zeppelin IV ou The Four Symbols), seria um
dos melhores álbuns já lançados por qualquer banda.
Em 1973, seria lançado o álbum HousesoftheHoly,
que, mesmo vindo com menos força que os anteriores, também seria muito bom. A
primeira faixa do álbum, The Song Remains The Same, batizaria um filme
do Led Zeppelin, que seria um conjunto de gravações de três dias de show na
Madison Square. O filme ainda traria cinco cenas de histórias escritas e
encenadas pelos membros da banda, um para cada, além de uma cena dos produtores
Peter Grant e Richard Cole. Assim como o álbum, o filme só iria para o cinema
em 1976. No Brasil, receberia o sempre-tosco nome "Rock é rock
mesmo".
Em 1974, o Led Zeppelin cria a própria gravadora, a
Swan Song Records. No ano seguinte, ela seria ponte para o lançamento de seu
novo álbum: o disco duplo PhysicalGraffiti, onde voltaram a produzir clássicos,
com a música Kashmir, que é considerada uma obra-prima pelos próprios membros
da banda. Ainda em 1975, durante uma viagem na Grécia, o mundo quase perde um
dos maiores cantores da história, quando Plant sofre um terrível acidente de
carro. Ele vai repousar em Malibu, junto de Page. Nisso, ambos compõem,
sozinhos, o álbum Presence, de 1976, com só uma música creditada a
Bonham e Jones.
Depois de recuperado, o Led Zeppelin entra em uma
das antes habituais grandes turnês, com 51 shows agendados. Mas, depois de 44,
Page recebe uma péssima notícia. Seu filho de 5 anos, KaracPendragon, tinha
adoecido do estômago e morrido. Todos os shows restantes foram cancelados.
Durante essa fase da vida de Plant, a banda permaneceu totalmente inativa por 2
anos. Eles compuseram seu álbum mais triste, com o nome de "In Through The
Out Door", já que era como eles tentavam voltar aos palcos. Eles voltaram
bem, e fizeram 16 shows até que acontecesse uma das piores tragédias da
história do rock.
Bonham nunca gostou de ficar longe de casa, o que o
levou a um uso abusivo de álcool durante as turnês. Então, descansando em
Windsor, ele tomou quarenta doses de vodka na casa de Page e foi dormir. No dia
seguinte, já que ele não acordava, John Paul Jones foi ver o que estava
acontecendo. Encontrou Bonham morto, por ter inalado e se asfixiado com o
próprio vômito durante a noite. 25 de setembro de 1980, o mundo perde o melhor
baterista a pisar na terra, John Henry Bonham.
Logo a banda confirmou que não
continuaria sem Bonham. Em 1982, eles lançariam uma coletânea de material nunca
lançado, Coda. Até hoje, todos os outros três estão vivos, com destaque
para o projeto Page &Plant e as quatro reuniões, tanto com bateristas de sessão
(entre eles o famoso carequinha Phill Collins) quanto com Jason Bonham, filho
de John. A banda morreu a 30 anos, mas a música deles ainda está viva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário